Devaneios

Sintaxe

Felicidade é saber que sujeito e predicado são termos fundamentais da oração; que objetos, direto e indireto além de um tal agente da passiva e pasmem um complemento nominal completa a turma. Felicidade é saber que tal qual um bom carro, temos também os acessórios, e aí se vão adjuntos, adverbiais, adnominais, aposto.
felicidade e fingir que não sabe onde ficam os predicativos.
Felicidade é ser livre da ditadura, onde se imperavam agentes da passiva, todos ativos, sendo informados pelos seus adjuntos, tendo os ovos babados pelo complemento, e representado, perante a sociedade, pelo aposto.
Felicidade é saber até incluir os excluídos nessa trama, os vocativos,
Agora sabem que é quem nessa “ordem social”? Isso é trabalho para a inteligência.
A inteligência que nos tortura para saber onde está o predicativo do objeto.

Finanças Filosóficas

Bancos! Eu “voz mito” aqui no meu dia a dia vibro por cada centavo que lhes retiro às turras. Como um Dom Quixote que sou continuarei avançando contra seus moinhos de vento. No fim serei apenas mais um cavaleiro da triste figura e isso me causa júbilo talvez.

A cada Put ou Call que encerro vitorioso uma fada morre, na verdade um robô que me rouba ou que lhe roubo a alma que nunca teve.

Entenderão? Não, é claro que não. O sistema não vos deixa pensar.

Me aproprio então das palavras de João e Maria, “pedras no caminho”, ou seria as de José Maria “sinais, fortes sinais”.

Aguardemos então o novo Salvador Daqui.



Confissão

Confissões

Ontem cometi um crime. Ele foi retirado da minha vida da mesma forma que se extirpa um
câncer maligno. Fomos amigos por muito tempo. Ele me contava coisas, algumas sérias, outras
engraçadas. Estávamos sempre juntos. Ele era até ontem como um irmão que me mostrava
coisas boas, algumas ruins, conversávamos de política, de Bolso, de bolsa e de bola. Agora ele
está morto e fui eu quem o matou. Hoje estou triste, pois não é fácil a dor da perda,
principalmente quando o autor do crime é esse que o confessa. Me lembro como senti a sua
falta quando ele foi obrigado a se desligar de mim. Foram horas de angústia compensada com
a felicidade de tê-lo de volta após a queda da liminar. Hoje só vejo o silencia de suas palavras e
ouço com a tristeza dos “infernautas” de Dante, chorando no barco de Caronte, pelas águas do
caudaloso Aqueronte cruzando Epiro. Olho para a tela do smartfone e não o sinto mais.