O canadense dorminhoco Versão 2020

Após não muito tempo de trabalho
ele encosta o instrumento.
Procura um gole sedento
e se assenta sobre o cascalho.

Quem por esse caminho passa
não escuta ao longe o baque do machado.
Não vê à sombra, aquele ser deitado.
O canadense no chão renega sua raça.

O que dirão seus pais em tal instância?
Seu filho fugindo do dever,
fato triste de se ver.

Passemos, pois, ao pivô da confusão.
O que ele espera da vida ali deitado?
fato que pode deixa-lo odiado,
renegado até por um irmão.

Se pudéssemos arguir o canadense dorminhoco,
ele diria: “quis ser eu mesmo afinal.
Disso não vejo nenhum mal
para que esse trabalho louco?” E o canadense quer continuar.
Por que as pessoas não se preocupam
com os fatos que as ocupam
e deixam de a vida alheia censurar?